Na praia esta manha, observava duas crianças; um menino e uma menina, empenhadíssimos na construção de um castelo de areia. Trabalhavam com organização, método e senso de equipe. Enquanto ele achegava a areia, num esforço masculino, ela com seus dedinhos habilidosos definia as muralhas e traçava os caminhos para chegar à torre. Construíam não como quem brinca. Tinham na fala e nas faces, que a distância eu bem podia ver e ouvir, expressões intensas. Fui totalmente absorvida pela cena e pela energia que estava ali, a ponto de sentir angustiada pela ameaça da onda que eles não percebiam. Não tardou muito, ela veio! Faminta lambeu a praia e o “nosso” castelo.
Num primeiro impulso, talvez materno, levantei-me para consolá-los, mas consolo para que? O desalento durou poucos segundos, surpreendentemente eles olharam-se, sorriram um riso como que de si mesmos, deram-se as mãozinhas e correram à brincar na água.
Fiquei à pensar que o maior que construímos nessa vida pode a qualquer momento ser perdido. O que realmente importa é que nessa hora a gente tenha a mão de alguém para segurar e recomeçar...
3 comentários:
Uma das coisas interessantes da vida, é que o ter e o não ter são tão próximos e alternam-se com tanta facilidade e sem qualquer respeito ou submissão à nossa vontade. Hoje sei que reconstruir "um castelo" é tarefa tão difícil, que há momentos que ocorre desistir de tudo. É aí, nesses momentos, que uma mão de alguém, mas principalmente a luz que guia cada um e as suas estrelas no céu, impedem que nos coloquemos num plano que impossibilite para sempre voltarmos a ter um "castelo". Ita aparece num tempo em que reconstruo o meu. Espero que os nossos castelos andem sempre próximos, para podermos emprestar areia que nos sobre, tentarmos rir das ondas que os levam, e rirmos das partidas que a vida prega!
Um dia, meu chefe me chamou à realidade após um comentário inocente que fiz e eu retruquei: "Ah, me deixe quietinha com meus castelos de areia..." E então ele me contou que o filho dele, de 8 meses, estava na praia fazendo um projeto de castelinho quando resolveu comer seu castelo... rsrsrsrs Tadinho. Segundo meu chefe, foi a primeira e única vez.
PS: Obrigada pelo comentário no blog miojo, estou pensando seriamente em fazer um.
Sempre estamos contruindo castelos, reais ou em sonhos, jamais devemos desistir de construí-los, e quando eles se vão, levados por um sôpro que os desmorona como se fosse de areia, devemos ter a certeza que poderemos reconstrui-lo; a atitude deve ser similar a das meninas, que não ficaram questionando, souberam de pronto, que o castelo da amizade era o que importava naquele momento; sempre fica mais facil quando temos amigos para nos fortalecer e dar a mão,se repentinamente perdemos um de nossos castelos
Postar um comentário