O bicho-da-seda é a larva de uma mariposa. Quando nasce mede cerca de 2,5 mm de comprimento. Durante 42 dias alimenta-se sem parar, de folhas de amoreira e sofre quatro metamorfoses.
Quando atinge o tamanho de 5cm, começa então a tecer um casulo branco e brilhante, composto por um único fio. Com um movimento geométrico infinito, em torno de seu próprio corpo, após três dias de trabalho, estará envolta em um casulo confeccionado por um fio de aproximadamente 1200 metros. Se for deixada em paz... Em 12 dias se transformará numa borboleta.
Com esses fios, há quase três décadas, ando tecendo a minha história. Por um desejo simples, desprovido de maiores intenções, eis aqui um espaço onde me proponho a compartilhar minha trajetória e falar livremente sobre todo tipo de arte, incluindo a arte de viver.
Bem-vindos ao meu mundo, onde nem tudo é sempre colorido, transparente, leve, mas que guarda em si, todas essas possibilidades...

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Sem palavras

Vou a janela como quem busca palavras ao vento...volto apenas com essas cores...ofereço-as!



Para os pormenores, clique na foto para amplia-la

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Adereço para a alma

" A Ultima Ceia"

Escultura em Prata, Onix, Ambar, sementes de trigo e madeira


Sergio saiz

Um italiano, com alma de artista. Joalheiro, artista plástico, poeta, filósofo, educador, cozinheiro, fotógrafo e entre outras tantas virtudes... meu grande amigo!

Este post não pretende ser uma homenagem porque ele não precisa disso e porque esse espaço é humilde demais para esse propósito. Apenas um desejo singelo de compartilhar uma das maiores riquezas que a vida me ofereceu...E eu aceitei, claro!






quinta-feira, 24 de julho de 2008

Transcender


Tomo meu maior pincel como uma varinha mágica. Com ela posso, sempre que preciso, tranformar dor em cor, veneno em vacina, lixo em combustível.


sábado, 19 de julho de 2008

Ladri

Grafite-Foto Sergio Saiz



Uma janela para o Corcovado emoldura a solidão atroz, tanto por uma circunstância física, quanto por um estado de espírito. Fora isso, o Rio de Janeiro continua lindo... E não mais por aqui, a ameaça dos ladrões de galinhas. Nem galinhas.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Castelo de areia


Na praia esta manha, observava duas crianças; um menino e uma menina, empenhadíssimos na construção de um castelo de areia. Trabalhavam com organização, método e senso de equipe. Enquanto ele achegava a areia, num esforço masculino, ela com seus dedinhos habilidosos definia as muralhas e traçava os caminhos para chegar à torre. Construíam não como quem brinca. Tinham na fala e nas faces, que a distância eu bem podia ver e ouvir, expressões intensas. Fui totalmente absorvida pela cena e pela energia que estava ali, a ponto de sentir angustiada pela ameaça da onda que eles não percebiam. Não tardou muito, ela veio! Faminta lambeu a praia e o “nosso” castelo.
Num primeiro impulso, talvez materno, levantei-me para consolá-los, mas consolo para que? O desalento durou poucos segundos, surpreendentemente eles olharam-se, sorriram um riso como que de si mesmos, deram-se as mãozinhas e correram à brincar na água.
Fiquei à pensar que o maior que construímos nessa vida pode a qualquer momento ser perdido. O que realmente importa é que nessa hora a gente tenha a mão de alguém para segurar e recomeçar...

Hoje...

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domingo, 13 de julho de 2008

O Café do Brasil

“O café continua sendo uma das riquezas essenciais do Brasil, contribuindo com parte substancial das divisas obtidas pelas exportações do País. Sua expansão enriqueceu São Paulo e promoveu o povoamento de vastas áreas, incentivando a formação de núcleos urbanos"


Na minha opinião, atualmente o melhor café do Brasil está sendo produzido e servido no interior de São Paulo, numa pequena cidade chamada Mogi Mirim onde vive Janete Cunha Claro. Uma artista plástica, que com o seu "Café do Brasil" também já cruzou fronteiras e ganhou o apreço dos "paladares" mais apurados.
Creio ser desnecessário dizer muito. Se alguém em contato com essa obra, não for capaz de sentir o cheirinho do café coado na hora e ouvir os risos a volta de uma mesa, também não vai conseguir entender uma longa explicação.
A obra de Janete vai muito além da simples representação de coisas belas, para atingir a bela representação de uma coisa, chamada brasilidade. Para mim, isto... É Arte!


quinta-feira, 10 de julho de 2008

Vem por aqui...

"Núcleo" tela de seda 100x120 cm

Quando eu era muito jovem, "encontrei-me" com esse poema do José Régio e meu coração gritou dentro do peito. Agora que sou jovem há muiiiiiito tempo, bem posso entender o que foram aqueles gritos...

Cântico Negro

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces

Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,

Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós

Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,

Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,

Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!



(José Régio, pseudônimo literário de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde- Portugal, em 1901. Romancista, dramaturgo, ensaísta e crítico, foi, no entanto, como poeta que primeiramente se impôs e a mais larga audiência depois atingiu. Com o livro de estréia — "Poemas de Deus e do Diabo" (1925) — apresentou quase todo o elenco dos temas que viria a desenvolver nas obras posteriores: os conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade, a consciência da frustração de todo o amor humano, o orgulhoso recurso à solidão, a problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a si mesmos).


terça-feira, 8 de julho de 2008

O que é Fé?

"Caminho" tela 50x50cm, seda e massa de papel
Isto é Fé
É caminhar onde não existe caminho
Respirar onde não existe ar
Ver onde não há luz
Isto é Fé
É clamar no silêncio
No silêncio da noite e apesar de não ouvir o eco, crer.
Crer e outra vez crer
Isto é Fé
É segurar cascalhos e vê-los como jóias
Apanhar gravetos e neles ver florestas
É sorrir com os olhos cheios de lágrimas
Isto é Fé
É dizer: eu creio em Deus!
Onde os outros O negam
Eu escuto onde não existe resposta
Eu vejo embora nada haja para ver
Isto é Fé
É aquele amor selvagem a gritar
Estás oculto, esconde Tua face.
Emudece Tua língua
E ainda assim eu Te vejo e Te escuto, Amor.
Aterras-me no chão mais árido e hostil
E ainda assim eu me levanto
E Te amo, Amor.
Isto é Fé
Rúhíyyih Khánum

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Conversa de botequim

MÃE TERRA
Escultura em massa de papel com seda fundida - 1 m. dm
-Somos artistas da crise.
-Os artistas vivem em crise. Crise existencial, crise de inspiração, crise financeira e daí?
-Não, não é disso que estou falando. Somos artistas sobreviventes à crise de percepção do mundo em que a gente vive, daí a crise financeira dos artistas.
-É fato! os artistas que estão vendendo muito, também estão fazendo muitas concessões...
-Eu não estou vendendo muito...infelizmente...!
-Garçom! chama mais uma gabriela que sem ela não da pra engolir...

sábado, 5 de julho de 2008

Saúde e Paz! O resto a gente corre atrás...


O novo atelier do artista plástico Lauro Monteiro, inaugurado hoje no Caminho do Ouro, Paraty-Cunha, está tão bonito que embeleza até a vizinhança. Visite o site, vale a pena conferir seu talento e o conceito de sua obra.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Falando nisso...



"Lágrimas não são argumentos" - Machado de Assis

(Ó Machado! Se eu pudesse mostrar-te o que trago nas mãos... Talvez aceitarias o argumento dos meus olhos).


">Indescritível privilégio de ser brasileira, ler e entender Machado de Assis e viver na cidade que criou uma Festa Internacional da Literatura, que neste ano homenageia o fundador da Academia Brasileira de letras - Joaquim Maria Machado de Assis pelos 100 anos de seu falecimento. 1839-1908