O bicho-da-seda é a larva de uma mariposa. Quando nasce mede cerca de 2,5 mm de comprimento. Durante 42 dias alimenta-se sem parar, de folhas de amoreira e sofre quatro metamorfoses.
Quando atinge o tamanho de 5cm, começa então a tecer um casulo branco e brilhante, composto por um único fio. Com um movimento geométrico infinito, em torno de seu próprio corpo, após três dias de trabalho, estará envolta em um casulo confeccionado por um fio de aproximadamente 1200 metros. Se for deixada em paz... Em 12 dias se transformará numa borboleta.
Com esses fios, há quase três décadas, ando tecendo a minha história. Por um desejo simples, desprovido de maiores intenções, eis aqui um espaço onde me proponho a compartilhar minha trajetória e falar livremente sobre todo tipo de arte, incluindo a arte de viver.
Bem-vindos ao meu mundo, onde nem tudo é sempre colorido, transparente, leve, mas que guarda em si, todas essas possibilidades...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Ressaca emocional



Vou me recolher por hoje para cuidar de mim, dos meus sentimentos, da minha cabeça, do lado de dentro e do lado de fora, dos meus pézinhos (34), da minha saúde.
Volto logo, cheia de arte, cheia de graça, cheia de amor para compartilhar.
Deixo no cantinho desta sala, uma cesta de beijinhos. Pegue o seu!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Paraty





Meu pai, com sua profissão me arrastou por meio mundo. Depois a minha profissão me arrastou pela outra metade. Nunca tive raízes em terra alguma e dizer de onde eu sou era sempre um problema, até que encontrei o meu lugar, ao entender que a cidade de um artista é o lugar onde ele sonha, a paisagem de que ele se alimenta, o ambiente que aciona seu desejo de realizar tudo o que é capaz e que cria uma atitude diária de gratidão. Por isso hoje, à quem me pergunta de onde eu sou, respondo com toda sinceridade:
Eu sou de Paraty!

domingo, 26 de outubro de 2008

INDIGNAÇÃO


Direitos humanos para bandidos? Como assim? O que há de humano nas atrocidades que eles cometem? Não é verdade que fomos criados à imagem e semelhança de Deus? Como diz um amigo: "Direitos humanos, só para humanos direitos"
Quando eu digo:
SOU A FAVOR DA PENA DE MORTE!!! logo alguém se levanta pra dizer: "mas muitos inocentes morreriam" Sim...mas não é isso que acontece todo dia? inocentes morrem e o sacrifício de suas vidas não serve ao menos para mudar a realidade.
Se querem mesmo (?) ganhar a guerra, tem de usar as mesmas armas.
Matou...Morreu!
Simples assim!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Sawabona-Shikoba



Compartilho aqui esse precioso pensamento do Dr. Flávio Gikovate que me induziu a uma investigação ainda mais profunda sobre minhas posturas afetivas. Me fez lembrar de muitas pessoas que ainda estão carregando fantasia sobre fantasia, na sua busca pelo amor.
Me fez lembrar com muito carinho de uma amiga querida, autora de um livro sobre este tema, além de se debruçar diariamente sobre um blog que facilita a vida de muita gente que teve a coragem de tomar nas próprias mãos, sua vida e a chave de sua casa. Dedico portanto este post a minha amiga Rosane Queiroz
"Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milênio.
As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito do amor.
O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência onde um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A idéia de que uma pessoa seja o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer desde o início deste século.
O amor romântico, parte da premissa de que somos uma fração e que precisamos encontrar a outra metade para os sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização, que historicamente, tem atingido muito mais a mulher. Ela abandona suas características para amalgar ao projeto masculino.
A teoria dos opostos também vem desta raiz: o outro deve saber fazer o que eu não sei, se sou manso ele deve ser agressivo e assim por diante. Uma idéia pratica de sobrevivência, pouco romântica por sinal.
A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade pelo amor de desejo.Eu gosto e desejo a companhia mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas e aprendendo o valor de estar consigo mesmas.
Elas estão começando a perceber que se sentem fração mas são inteiras. O outro, com quem estabelece uma relação não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma, é apenas um companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo e depois tem de ir se reciclando para poder se adaptar ao mundo que ele criou.
Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo.
O egoísta não tem energia própria e se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.
A nova forma de amor tem nova feição e significado. Visa a aproximação de dois inteiros e não a união de duas metades.Ela só é possível para aqueles que conseguem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo estiver preparado para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.
A solidão é boa. Ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade a pessoa. As boas relações são aquelas que se assemelham ao prazer de estar sozinho, ninguem cobra nada de ninguém e ambos crescem.
Relações de dominação e de concessões exageradas, são coisas do século passado. Cada cérebro é único,nosso modo de pensar e agir, não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes pensamos que o outro é nossa alma gêmea, e na verdade o que fizemos foi inventa-lo ao nosso gosto.
Todas as pessoas deveriam ficar sozinha para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.
Na solidão o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto as diferenças respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de relação há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.
Nem sempre é suficiente ser perdoado pelo amado. Muitas vezes é preciso aprender a nos perdoar a nós mesmos".

Sawabona é um cumprimento usado no sul de África que quer dizer “eu respeito-te, eu valorizo-te, tu és importante para mim”. Em resposta, as pessoas dizem shikoba, que é “então eu existo para ti”.
E o gatinho (embora não seja africano) está aí como representante de uma classe independente, bem resolvida e muito afetuosa.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Receita pra lavar palavra suja



Mergulhar a palavra suja em água sanitária.
Depois de dois dias de molho, quarar ao sol do meio dia.
Algumas palavras quando alvejadas ao sol
adquirem consistência de certeza. Por exemplo a palavra vida.
Existem outras, e a palavra amor é uma delas,
que são muito encardidas pelo uso, o que recomenda esfregar
e bater insistentemente na pedra, depois enxaguar em água corrente.
São poucas as que resistem a esses cuidados, mas existem aquelas.
Dizem que limão e sal tira sujeira difícil, mas nada.
Toda tentativa de lavar a piedade foi sempre em vão.
Agora nunca vi palavra tão suja como perda.
Perda e morte na medida em que são alvejadas
soltam um líquido corrosivo, que atende pelo nome de amargura,
que é capaz de esvaziar o vigor da língua.
O aconselhado nesse caso é mantê-las sempre de molho
em um amaciante de boa qualidade. Agora, se o que você quer
é somente aliviar as palavras do uso diário, pode usar simplesmente
sabão em pó e máquina de lavar.
O perigo neste caso é misturar palavras que mancham
no contato umas com as outras. Culpa, por exemplo,
a culpa mancha tudo que encontra e deve ser sempre alvejada sozinha.
Outra mistura pouco aconselhada é amizade e desejo, já que desejo,
sendo uma palavra intensa, quase agressiva, pode,
o que não é inevitável, esgarçar a força delicada da palavra amizade.
Já a palavra força cai bem em qualquer mistura.
Outro cuidado importante é não lavar demais as palavras
sob o risco de perderem o sentido.

A sujeirinha cotidiana, quando não é excessiva,
produz uma oleosidade que dá vigor aos sons.
Muito importante na arte de lavar palavras
é saber reconhecer uma palavra limpa.
Conviva com a palavra durante alguns dias.
Deixe que se misture em seus gestos, que passeie
pela expressão dos seus sentidos. À noite, permita que se deite,
não a seu lado mas sobre seu corpo.
Enquanto você dorme, a palavra, plantada em sua carne,
prolifera em toda sua possibilidade.
Se puder suportar essa convivência até não mais
perceber a presença dela,
então você tem uma palavra limpa.
Uma palavra limpa é uma palavra possível.
Viviane mosè

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

É sempre bom lembrar...


Apresento-lhes meu amigo "Alfredo"

Ele é um cara pra lá de legal e sempre tem algo bacana pra dizer. As vezes ele
fala nas minhas camisetas, outras nas almofadas, canecas, baners e muitos outros lugares onde já foi escalado para levar um carinho. Desta vez ele está aqui em forma de selinho. Quem quiser aderir a campanha, pode tomar o seu e por a boca no mundo!



Tributo


No dia do meu aniversário, estive num salão de cabeleireiro, o que é um raro acontecimento. Não que eu não goste de caprichar, eu gosto sim! Tanto que aprendi a fazer o meu cabelo sozinha! É verdade que nem sempre dá certo, mas o preço é sempre o mesmo... Porém não me interprete depressa demais, a razão de não utilizar esse tipo de serviço é de outra natureza: é que eu não agüento o assunto corrente em salões de cabeleireiros: a vida alheia, sempre ela! E desta vez o prato do dia era: “os homens”, sempre alheios, claro! Pois ninguém vai falar mal do seu assim, publicamente, muito menos bem...
A indignação por tudo o que fui obrigada a ouvir naquela tarde, inspirou esse texto que ofereço como um tributo a todos os Homens da minha vida, pelo tanto que contribuem para que eu envelheça lindamente.
Pois bem, eu sei que nem tudo o que as mulheres dizem é vazio. Eu sei que existem os cretinos, os perdidos, os de personalidade fraca, os emocionalmente imaturos, os materialistas, os interesseiros, os frustrados, os machistas e ainda aqueles que se acham “o cara”, mas todo mundo sabe que esse “cara” não passa de um cara em construção e que se ficar pronto, vai ficar mal acabado, mas essa é outra conversa, eu estou aqui para falar de Homens, de verdade mesmo!
Homem com ego de homem!
Ah! Esses egos que variam naqueles centímetros que eles se dão ao trabalho de medir... Eu particularmente admiro os que têm "ego" menor, que por motivos óbvios são bem mais esforçados e quanto ficam felizes com nosso reconhecimento.
Que criaturas adoráveis, que só por um pouquinho da nossa admiração, são capazes de coisas incríveis; como ignorar a nossa celulite, achar que a gente é um anjinho quando dorme, que somos lindas ao acordar. São capazes até de acordar mais cedo só pra trazer o café com flor na cama, e mais, deixar a gente escolher o programa de domingo mesmo correndo o risco de ser um almoço na casa da mãe (da nossa mãe!) e ainda escolher o filme no fim da tarde, do mesmo domingo...E dizer que foi maravilhoso, apesar da falta de ação, aventura, suspense e sexo, ou seja: a falta de tudo!
Ah! A resignação é mesmo uma virtude masculina!
E a capacidade que eles têm de nos fazer sentir imprescindíveis? Quando ficam doentes, quando são tomados por aquelas crises existenciais que todo homem que se preze já teve e terá ainda algumas. Quando precisam de apoio, quando a auto-estima está baixa e quando está em alta também, quantos homens comprariam uma Mercedes se nós não existíssemos? Enfim, seja lá pelo que for, o fato é que: ser imprescindível na vida de um homem, para uma mulher já é em si uma razão de viver.
Ah! Que conforto me traz essa dependência!!
E o que dizer da paciência que eles têm para pedir desculpas, mesmo quando se trata de uma tempestade num copo d’água? É que eles aprenderam, que um simples “Me desculpe, querida!” Já abre o tempo. E a coragem que eles tem para pedir perdão quando admitem que pisaram na bola mesmo? Quanto mais se ajoelham, mais crescem aos nossos olhos, e como lhes negar uma segunda chance?
Ah! Como eu admiro esses reconciliadores!!!
E no restaurante então? Com que elegância pedem a carta de vinhos e com que gravidade o bebem primeiro, quase como se estivessem nos protegendo de um envenenamento. E com que naturalidade apresentam o cartão de crédito para pagar aquela conta absurda?
Ah! Como eu necessito desses mártires!!!
E o que seria de nós sem o apoio de tanta tecnologia? As secretarias eletrônicas que a gente corre pra elas feito uma amiga saudosa cada vez que entra em casa. E os aparelhos de telefone com suas poltroninhas ao lado...E os celulares então, que quando tocam já trazem o nominho dele na tela, associado a um toque especial. E como descrever a emoção de estar aqui escrevendo com o MSN aberto e de repente...Fulano diz: “oi querida!” Deus me ajude!!! Sem falar no trabalho que eles têm com seus arquivos de poesia, flores, cartões, emotions, músicas e imagens românticas.. Quão bem sabem usar esse arsenal da web, um tiro certeiro em nossos corações e a gente cai feito uma pombinha abatida.
Ah! Como me encantam esses caçadores!!!
E o perfume deles que, por um abraço ligeiro, fica o resto do dia em nossa roupa. E o cheiro deles então, que por um outro abraço, nem tão ligeiro, fica na nossa pele feito tatuagem...
Abençoado seja o poeta, que ensinou os homens a fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, filés com fritas, comidinhas para depois do amor.
Ah! Como eu preciso desses “Vinícius”
Mas... E quando acontece “Aquilo”, aquilo que “nunca tinha acontecido antes”...
Xiii! É aí que eu me atrapalho, já tentei mudar de assunto, falar do governo Lula, da atuação da Seleção Brasileira na ultima copa, assim, pra mostrar que nem todo mundo ta batendo um bolão...Mas é nessa hora que toda psicologia é vã...
Eu bem sei que muitas mulheres ainda andam dizendo que eles não prestam, que são todos iguais. Tudo igual coisa nenhuma! Elas é que fazem sempre a mesma coisa e esperam um resultado diferente. E há também as que dizem que eles só pensam “naquilo”... É... Pode ser, mas esquecem de reconhecer que pra conseguir só aquilo, eles dão o que têm e o que não têm, justiça seja feita!!!
Envie para todos os homens da sua lista. Se você for homem, estará compartilhando um alento... Se for mulher, estará abrindo possibilidades... Envie para todas as mulheres também, quem sabe isso não vira uma corrente, o mundo se transforma, e alguns até retornem lá do arco-íris e encontrem um lugar seguro para viver, bem aqui entre os nossos seios.
Um abraço,

Ita Andrade

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Quando o assunto é reciclagem

Quando o assunto é reciclagem, a imagem que me vem a cabeça é a de um lixão. Uma montanha de coisas de gosto duvidoso e de utilidade irrelevante, produzidas a partir do dito lixo reciclável, que na maioria das vezes, depois de um breve tempo, volta para o mesmo lugar...
Tomando apenas as garrafas de refrigerante como exemplo do que se estende a uma infinidade de outros materiais, deixo aqui meu desabafo:
Que me perdoem os bem intencionados, mas plástico é plástico! Não adianta mudar a utilidade, a cor, a forma. Não adianta pintar, bordar, crochetar, inventar. Enquanto a aparência for plástico, continuará sendo brega, frágil, feio e pobre.
O puf aí em cima é o melhor exemplo de um produto inteligente, barato, durável, resistente, útil, versátil e especialmente de bom gosto. As garrafas foram usadas na estrutura e a idéia é genial justamente porque elas não aparecem. É genial porque quem criou tinha realmente um senso do que é reciclar. É muito mais que reaproveitar, mudar a utilidade. É transformar em algo que faça uma diferença enquanto resolve o problema do lixo em si e gera trabalho, dignidade e perspectiva para quem não tem. Não basta agregar valor ecológico ao produto, tampouco valor socio-econômico se ele não tem lugar, se ele não atende as necessidades de um mercado realmente consumidor e cada vez mais exigente. Entre dois produtos que me satisfazem, vou sempre optar pelo que tem valor agregado, porém se o produto não me satisfaz, para estar em paz com minha consciência, prefiro evitar tantos descartáveis e dar esmolas, a contribuir com essa farsa.

Tomar o lixo para produzir outra espécie de lixo, não é reciclar. É brincar com dois assuntos muito sérios: A dignidade humana e o Planeta Terra.




terça-feira, 14 de outubro de 2008

Poesia ou Filosofia?


Os ventos de Paraty bailam com as sedas das minhas cortinas e a alegria atira pedrinhas nas minhas vidraças. Vou agora mesmo varrer a frente da minha porta... Bem pode acontecer que a felicidade queira entrar

domingo, 12 de outubro de 2008

Deficiências


Deficiente é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
Louco é quem não procura ser feliz com o que possui.
Cego é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
Surdo é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
Mudo é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
Paralítico é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
Diabético é quem não consegue ser doce.
Anão é quem não sabe deixar o amor crescer.
E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
Miseráveis são todos que não conseguem enxergar a grandeza de Deus.
Mario Quintana

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Hoje estou bem assim... esse post é só pra dizer que hoje não tem post.
Aaaaaaaaatchim!!!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Confiança



Esta coisa mais fofa se chama Godô. É o York-Shire de um grande amigo, tão bom amigo que de as vezes me empresta esta delícia por alguns dias e para retribuir seu desprendimento, eu ofereço um tratamento de beleza. A inspiração deste post não provém exatamente da minha paixão por cães, embora isso pudesse render muitas páginas de histórias lindas para contar. Godô foi convocado aqui, para ilustrar um pensamento sobre confiança. E quão bem ilustra! Na imagem acima, eu estou cortando os nózinhos, raspando o pêlo da barriguinha e desembaraçando os bigodes, com procedimentos e instrumentos incômodos e assustadores para um bichinho. Uma tarefa que no caso dele, consome aproximadamente duas horas e no entanto ele está completamente relaxado e indefeso. A alegria e até emoção que me causa, saber que para ele sou confiável, a ponto de adormecer com a barriga exposta para mim, enquanto faço coisas incompreensíveis para ele, não é diferente da emoção de ter amigos, que a seu modo, também me "expõem suas vísceras". Ter em quem confiar, nesse mundo onde a desconfiança sobrepõe a virtude é de fato um grande bem, porém ser confiável para este mesmo mundo é um bem muito maior. Eu deixo aqui um sincero agradecimento aos que em mim hoje confiam, porque para isto, a princípio, foram capazes de se arriscar um bom tanto...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Mão na massa

O texto que segue abaixo foi escrito para uma formatura por Nizan Guanaes, paraninfo de turma na Faap. Olhe só o que este publicitário escreveu. Deve ser por isso que é um dos melhores redatores do mundo e dono da Agência DM9 (aquela dos bichinhos da Parmalat).
Dizem que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, estou tentado a acreditar que tenho sua licença para dar alguns. Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos.
Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro.
Ame seu ofício com todo o coração.
Persiga fazer o melhor.
Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência.
Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha. Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma. A propósito disso, lembro-me de uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse:"Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo". E ela responde:"Eu também não, meu filho".
Meu segundo conselho: Pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega a viver como homens. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassu.
Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: "Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito". É exatamente isso que está escrito na carta de Laudicéia. É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso. Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido. Tenha consciência de que cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra. Não use Rider, não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse!, eu sabia ! toda família tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa. Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. De 8 às 12, de 12 as 8 e mais se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios. O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior megapotência do planeta, enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho. Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama sucesso. TRABALHE EM ALGO QUE VOCÊ REALMENTE GOSTE, E VOCÊ NUNCA PRECISARÁ TRABALHAR NA VIDA"

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Meu Hobby









Na época em que eu trabalhava exclusivamente para a TV Globo, vivia estressada pelos prazos apertadíssimos. Mesmo quando não havia pressão lá estava eu correndo sem nem saber porque, foi aí que minha terapeuta sugeriu para relaxar, que eu fizesse um trabalho de arte. Como assim? Eu respirava arte, trabalhava até dormindo, meu cérebro não parava nunca e ela queria que eu fizesse mais? Bem, ela na verdade propôs que eu fizesse algo apenas para me divertir, sem compromisso com nada e sem intenção comercial. Foi aí que eu descobri a paixão por decorar paredes. Ah! que delicia brincar em espaços grandes ou apenas uma coluna da cozinha como nas fotos acima. Daí fui me empolgando e acabei pintando caixinhas, porta chaves, os paninhos de prato, os bancos e o que apareceu, tudo com o mesmo tema. A cozinha fez tanto sucesso que quase mudo de profissão de tanta encomenda que apareceu. Já fiz parede de todo tipo; alegre, sóbria, poética, com seda, com terra, para quarto de bebê, de adolescente, de gente apaixonada, com letras de Vinicius, com sucata, com casca de ovo de codorna, vige! Um mar de possibilidades. Mas o interessante é que isso ficou tão completamente associado a puro prazer que até hoje não consegui cobrar um tostão por esse trabalho. Hoje estou pintando caixinhas e banquinhos. Não sei pra quem serão, mas precisava me proporcionar essa alegria, depois dos dias atormentados que passei... Quando ficarem prontos eu mostro.