O bicho-da-seda é a larva de uma mariposa. Quando nasce mede cerca de 2,5 mm de comprimento. Durante 42 dias alimenta-se sem parar, de folhas de amoreira e sofre quatro metamorfoses.
Quando atinge o tamanho de 5cm, começa então a tecer um casulo branco e brilhante, composto por um único fio. Com um movimento geométrico infinito, em torno de seu próprio corpo, após três dias de trabalho, estará envolta em um casulo confeccionado por um fio de aproximadamente 1200 metros. Se for deixada em paz... Em 12 dias se transformará numa borboleta.
Com esses fios, há quase três décadas, ando tecendo a minha história. Por um desejo simples, desprovido de maiores intenções, eis aqui um espaço onde me proponho a compartilhar minha trajetória e falar livremente sobre todo tipo de arte, incluindo a arte de viver.
Bem-vindos ao meu mundo, onde nem tudo é sempre colorido, transparente, leve, mas que guarda em si, todas essas possibilidades...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Castelo de areia


Na praia esta manha, observava duas crianças; um menino e uma menina, empenhadíssimos na construção de um castelo de areia. Trabalhavam com organização, método e senso de equipe. Enquanto ele achegava a areia, num esforço masculino, ela com seus dedinhos habilidosos definia as muralhas e traçava os caminhos para chegar à torre. Construíam não como quem brinca. Tinham na fala e nas faces, que a distância eu bem podia ver e ouvir, expressões intensas. Fui totalmente absorvida pela cena e pela energia que estava ali, a ponto de sentir angustiada pela ameaça da onda que eles não percebiam. Não tardou muito, ela veio! Faminta lambeu a praia e o “nosso” castelo.
Num primeiro impulso, talvez materno, levantei-me para consolá-los, mas consolo para que? O desalento durou poucos segundos, surpreendentemente eles olharam-se, sorriram um riso como que de si mesmos, deram-se as mãozinhas e correram à brincar na água.
Fiquei à pensar que o maior que construímos nessa vida pode a qualquer momento ser perdido. O que realmente importa é que nessa hora a gente tenha a mão de alguém para segurar e recomeçar...

3 comentários:

Nuno Damas disse...

Uma das coisas interessantes da vida, é que o ter e o não ter são tão próximos e alternam-se com tanta facilidade e sem qualquer respeito ou submissão à nossa vontade. Hoje sei que reconstruir "um castelo" é tarefa tão difícil, que há momentos que ocorre desistir de tudo. É aí, nesses momentos, que uma mão de alguém, mas principalmente a luz que guia cada um e as suas estrelas no céu, impedem que nos coloquemos num plano que impossibilite para sempre voltarmos a ter um "castelo". Ita aparece num tempo em que reconstruo o meu. Espero que os nossos castelos andem sempre próximos, para podermos emprestar areia que nos sobre, tentarmos rir das ondas que os levam, e rirmos das partidas que a vida prega!

Cris J. disse...

Um dia, meu chefe me chamou à realidade após um comentário inocente que fiz e eu retruquei: "Ah, me deixe quietinha com meus castelos de areia..." E então ele me contou que o filho dele, de 8 meses, estava na praia fazendo um projeto de castelinho quando resolveu comer seu castelo... rsrsrsrs Tadinho. Segundo meu chefe, foi a primeira e única vez.
PS: Obrigada pelo comentário no blog miojo, estou pensando seriamente em fazer um.

Sonhador disse...

Sempre estamos contruindo castelos, reais ou em sonhos, jamais devemos desistir de construí-los, e quando eles se vão, levados por um sôpro que os desmorona como se fosse de areia, devemos ter a certeza que poderemos reconstrui-lo; a atitude deve ser similar a das meninas, que não ficaram questionando, souberam de pronto, que o castelo da amizade era o que importava naquele momento; sempre fica mais facil quando temos amigos para nos fortalecer e dar a mão,se repentinamente perdemos um de nossos castelos