O bicho-da-seda é a larva de uma mariposa. Quando nasce mede cerca de 2,5 mm de comprimento. Durante 42 dias alimenta-se sem parar, de folhas de amoreira e sofre quatro metamorfoses.
Quando atinge o tamanho de 5cm, começa então a tecer um casulo branco e brilhante, composto por um único fio. Com um movimento geométrico infinito, em torno de seu próprio corpo, após três dias de trabalho, estará envolta em um casulo confeccionado por um fio de aproximadamente 1200 metros. Se for deixada em paz... Em 12 dias se transformará numa borboleta.
Com esses fios, há quase três décadas, ando tecendo a minha história. Por um desejo simples, desprovido de maiores intenções, eis aqui um espaço onde me proponho a compartilhar minha trajetória e falar livremente sobre todo tipo de arte, incluindo a arte de viver.
Bem-vindos ao meu mundo, onde nem tudo é sempre colorido, transparente, leve, mas que guarda em si, todas essas possibilidades...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

É...pois é...!

Um rapaz na estação do metrô, vestindo jeans, camiseta e boné, encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal. Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes, ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares. Alguns dias antes Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares. A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte. A conclusão: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto. Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife. Somente uma mulher reconheceu a música...
O vídeo da apresentação no metrô está no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=hnOPu0_YWhw
É...
Pois é...!
.

8 comentários:

Marisa Pimenta disse...

Ita, q bom ter vindo me ver, fiquei mto feliz , mas engraçado q eu realmente não tinha visto no seu perfil q vc era de Paraty, este lugar q amo demais. Quem sabe nos encontramos, pq devo ir no início de outubro passar um fim de semana por aí. Se for, te aviso e vc diz onde te encontro, vai ser um prazer. Qto ao post eu concordo q as pessoas estão mto desligadas doq é bom e passam por lugares sem olhar e ver algo de bom. Eu qdo viajo, principalmente, procuro ver, ouvir e às vezes falar c as pessoas , além de fotografar. Tenho mtas fotos de Paraty, pois é um lugar iluminado, mas procuro sempre lugares diferentes e q me toquem. No orkut tenho um álbum só de Paraty, mas não coloquei todas as fotos. Vou adorar te receber sempre nos meus blogs. Tb se vier por Niterói é só me procurar. Bjks

Ita Andrade disse...

Que bom, Marisa!
Creio que a gente não escapa de se encontrar pois alem de Paraty... dois dos meus filhos moram em Icaraí...veja você.
Vamos caminhando nessa rua de mão dupla
Obrigada!

Véia da Teia disse...

essa é a minha reflexão do dia Ita!
nesta Mostra de Artes que coordenamos a verdade incontestável foi justamente essa:
Emoldurar a arte o artesanato, contextualizar, dar identidade ao seu produto, dar sentido. alma aquilo que se cria!
Vou te dizer. é um trabalho fazer-se entender dentro desse olhar, mas vendo o vídeo do vilonista, percebemos o quanto isso é importante.
Mandei este post para todos os artistas e artesãos da cidade.
Valeu.

Ita Andrade disse...

Bacana Vera,
Minha luta é vencer as barreiras de todo estereótipo... Ando mesmo empenhada nisso, tanto que atraí essa materia e o video...nada é por acaso...
E nós? que sintonia absurda, não?
Quero te contar umas coisas, escrevo email assim que der
Abraçao

Valéria Martins disse...

Nossa, que interessante!...
Quando eu era criança e dizia que era apaixonada por algum artista, minha mãe ponderava: "e se ele fosse gari, trabalhasse varrendo a rua, ainda assim vc se apaixonaria por ele?"
Na maioria das vezes, eu chegava à conslusão que não...
Mas se fosse o Brad Pitt, até vestido de gari, pendurado na caçamba do caminhão de lixo, eu queria! Hahaha!

Ita Andrade disse...

É Valeria...pois é...!
Eu fico sempre feliz quando vc vem

Anônimo disse...

Guria, tu es aquela mulher que reconheceu...
Abraço de osso

Sonhador disse...

É isto aí minha amiga, muitos cosinheiros só recochecem o conteúdo do produto através do envólucro da embalagem quando deveriam reconhece-lo pelo sabor.
Isto sem contar que provavelmente muitos músicos passaram por ali. mas se tivessem reconhecido o violino, com certeza teriam dado uma paradinha.

Infelizmente seja na arte ou no ser humano, a moldura é que faz a diferença.

Abraços